O Brasil nas Olimpíadas de Xadrez!
Breve Resumo:
Equipe Absoluta:
Participações: 28
Medalhas coletivas: 0
Medalhas Individuais: 1 Ouro (Sunye Neto, 1992) 1 Prata (Rafael Leitão, 2006) 1 Bronze (Cícero Braga, 1978)
Equipe Feminina:
Participações: 24
Medalhas Coletivas: 0
Medalhas Individuais: 1 Ouro (Jussara Chaves, 1984) 2 Pratas ( Ruth Cardoso, 1972 e Ivone Moyses 1974) 1 Bronze (Regina Ribeiro, 1992)
O Brasil nas Olimpíadas:
Paris: 1924
A história das Olimpíadas de Xadrez tem início em 1924, durante os Jogos Olímpicos de Verão de Paris. Essa competição, disputada por apenas 18 países, não contou com a participação do Brasil.
Munique: 1936
Nosso país faria sua estreia em 1936, em um evento polêmico realizado em Munique, que não é reconhecido pela FIDE, pois foi organizado pela Alemanha nazista. Muitos países recusaram participar, mas 21 nações estiveram presentes, incluindo o Brasil. Mesmo contando com alguns dos nossos melhores jogadores, como João de Souza Mendes e Trompowsky, terminamos em 16º lugar.
Buenos Aires: 1939
Em 24 de agosto de 1939, na Argentina, apenas sete dias antes do início da Segunda Guerra Mundial, a guerra no tabuleiro também começou. Foi a primeira Olimpíada de Xadrez reconhecida pela FIDE em que o Brasil participou. Grandes nomes, como Alekhine, defendendo a França, e José Raúl Capablanca, estavam entre os destaques. O Brasil, liderado por Trompowsky, alcançou o 14º lugar, com destaque para o empate contra a favorita França de Alekhine. A Alemanha venceu o evento, enquanto a Argentina herdou muitos dos melhores jogadores do mundo, como Najdorf e Eliskases. O alemão Ludwig Engels se estabeleceu no Brasil após essa competição.
Helsinque: 1952
Em 1952, o Brasil voltou a participar das Olimpíadas de Helsinque, organizadas novamente pela FIDE, simultaneamente aos Jogos Olímpicos de Verão. Um total de 25 equipes competiu, e uma nova geração de jogadores liderava o Brasil, com Eugenio Maciel German, o primeiro Mestre Internacional do país, jogando no primeiro tabuleiro. O Brasil terminou em 19º lugar, enquanto a URSS venceu o evento, algo que se repetiria diversas vezes. A Argentina, agora uma superpotência do xadrez, ficou em segundo lugar.
Lugano: 1968
Após um longo hiato, o Brasil voltou a participar em 1968, quando 53 nações disputaram o pódio. Entre os grandes nomes da competição estavam Bobby Fischer, Petrosian e Korchnoi. O Brasil, liderado por um jovem e promissor MI Henrique Mecking, terminou em 25º lugar, muito graças à brilhante performance de Mequinho, que terminou em sexto lugar individualmente.
Siegen: 1970
Em 1970, o Brasil ficou apenas em 28º lugar, sem grandes destaques. A equipe enfrentou os EUA, liderados por Bobby Fischer, e perdeu por 4 a 0, como era esperado.
Skopje: 1972
Já em 1972, o Brasil terminou em 36º lugar, também sem grandes feitos. No entanto, nessa edição, o Brasil estreou nas Olimpíadas Femininas, criadas em 1957, com muito mais sucesso, terminando em 14º lugar entre 69 países. A heptacampeã brasileira Ruth Cardoso conquistou a medalha de prata, a primeira da história do xadrez brasileiro.
Nice: 1974
Em 1974, o Brasil tinha um time forte no papel, com uma média de rating de 2424, ocupando a 18ª posição no ranking inicial da competição. Contudo, a equipe, liderada por Mequinho, não correspondeu às expectativas, terminando em 35º lugar. Um ponto alto foram os empates individuais de Mequinho empatando com Spassky e Hermann Claudius empatando com Mikhail Tal. No feminino, o Brasil conquistou sua segunda medalha de prata individual, com Ivone Moysés no segundo tabuleiro.
Buenos Aires: 1978
Em 1978, o Brasil voltou a competir sem Mequinho, que abandonou o xadrez devido a problemas de saúde. Cícero Braga, que na época não tinha rating FIDE, conquistou a primeira medalha do Brasil na seção aberta, um bronze no terceiro tabuleiro. A equipe terminou em 27º lugar, enquanto a equipe feminina ficou em 20º lugar, com Iluska Simonsen destacando-se ao terminar em quinto lugar individualmente.
La Valletta: 1980
Na edição de 1980, o Brasil contou com a estreia de Sunye Neto, que jogou no primeiro tabuleiro e terminou em quarto lugar, quase conquistando uma medalha. A equipe feminina teve sua melhor participação coletiva da história, terminando em 10º lugar, mas sem medalhas individuais.
Lucerna: 1982
Em 1982, ambas as equipes brasileiras tiveram uma edição sem muito brilho. A equipe absoluta terminou em 38º lugar, e a feminina em 16º.
Thessaloniki: 1984
Já em 1984, a equipe absoluta estava mais forte, composta apenas por jogadores titulados, e terminou em 19º lugar. No feminino, o Brasil conquistou seu primeiro ouro individual, graças ao desempenho impressionante de Jussara Chaves, que fez 9/10 no terceiro tabuleiro.
Dubai: 1986
Dubai foi palco da edição de 1986. Sunye Neto liderou a equipe absoluta, mas o destaque foi Gilberto Milos, que terminou em quinto lugar individualmente. A equipe absoluta ficou em 20º lugar, enquanto a feminina alcançou o 11º lugar, um dos melhores resultados coletivos da equipe feminina.
Thessaloniki: 1988
Em 1988, o Brasil teve uma edição discreta, com destaque apenas para Cícero Braga, que terminou em sexto lugar individual no tabuleiro reserva. A equipe feminina terminou em 20º lugar. Nesta Olimpíada, a URSS não venceu pela primeira vez, sendo derrotada pela Hungria das irmãs Polgar
Novi Sad: 1990
Em 1990, em Novi Sad, a equipe absoluta apresentou evolução, contando com dois Grandes Mestres: Gilberto Milos e Sunye Neto. Mesmo assim, o Brasil terminou em 33º lugar. A equipe feminina ficou em 26º lugar.
Manila: 1992
Em 1992, o Brasil conquistou sua única medalha de ouro na seção absoluta, graças ao incrível desempenho do GM Sunye Neto no segundo tabuleiro, com 8/10 e uma performance de 2683. A equipe terminou em 28º lugar. No feminino, Regina Ribeiro conquistou uma medalha de bronze no terceiro tabuleiro, e a equipe terminou em 35º lugar.
Moscou: 1994
A edição de 1994, realizada em Moscou, foi uma grande decepção para o Brasil, que terminou em 62º lugar. A equipe feminina ficou em 44º lugar, com Regina Ribeiro terminando em quinto individualmente.
Yerevan: 1996
As Olimpíadas de 1996 marcaram uma fase mais competitiva, com 114 equipes. A equipe absoluta brasileira passou por uma renovação, com Rafael Leitão e Giovanni Vescovi estreando. O Brasil terminou em 51º lugar, enquanto a equipe feminina, com a estreia de Tatiana Ractu, pentacampeã brasileira, terminou em 46º lugar.
Elista: 1998
Em 1998, o Brasil teve uma edição sem grandes destaques, terminando em 48º lugar na seção absoluta e em 53º na feminina.
Istambul: 2000
Em 2000, em Istambul, o Brasil trouxe uma equipe com 4 Grandes Mestres (Milos, Leitão, Vescovi e Darcy) pela primeira vez, com uma média de 2573, ficando entre as 20 melhores da competição. Isso se deve em grande parte a Gilberto Milos, que na época tinha rating de 2644 e era o 38º do mundo. Apesar disso, a equipe terminou apenas em 38º lugar. O destaque foi o empate de Milos com o GM Morozevich, da Rússia (2756, 4º do mundo), e Michael Adams (2755, 5º do mundo). A equipe feminina terminou em 57º lugar, com destaque para Tatiana Ractu, que ficou em 7º lugar em sua última Olimpíada.
Bled: 2002
Na edição de 2002, Henrique Mecking retornou à equipe brasileira e teve um bom desempenho no terceiro tabuleiro, mas o Brasil terminou em 35º lugar. A equipe feminina terminou em 56º lugar.
Calvia: 2004
Em 2004, Mequinho jogou no primeiro tabuleiro, mas seu desempenho ficou aquém das expectativas, com a equipe terminando em 59º lugar. A equipe feminina terminou em 54º lugar.
Turim: 2006
Em 2006, em Turim, o Brasil conquistou uma medalha de prata individual no terceiro tabuleiro, com Rafael Leitão, mas a equipe terminou em 32º lugar. Em 2008, a equipe absoluta terminou em 54º lugar, e a feminina, em 48º.
Dresden: 2008
Na edição de 2008, foi mais uma vez sem grandes destaques, a equipe terminou em 54º lugar e a equipe feminina em 48º lugar.
Khanty-Mansiysk: 2010
A equipe de 2010 (Leitão, Milos, Fier, Krikor e Diamant) mostrou uma grande melhoria em relação à edição anterior, terminando em 17º lugar, o melhor desempenho coletivo da história. O mesmo não pode ser dito da equipe feminina, que terminou em 70º lugar, seu pior desempenho coletivo de todos os tempos.
Istanbul: 2012
Em 2012, o Brasil teve sua primeira equipe com média de rating acima de 2600, mas terminou apenas em 39º lugar. A equipe feminina ficou em 58º lugar, com destaque para Vanessa Feliciano, que conquistou uma norma de WGM.
Tromsø: 2014
Em 2014, a equipe absoluta terminou em 22º lugar, um excelente resultado, enquanto a equipe feminina terminou em 44º lugar.
Baku: 2016
Já em 2016, em Baku, a equipe, liderada por GM Fier, manteve a boa forma, terminando em 23º lugar. A equipe feminina terminou em 48º, com destaque para a vitória de Juliana Terao sobre a GM Harika Dronavalli.
Batumi: 2018
Em 2018, o Brasil não conseguiu repetir o bom desempenho, com a equipe absoluta terminando em 63º lugar e a feminina em 57º
Em 2020, não houve Olimpíada devido à pandemia.
Chennai: 2022
Finalmente, na edição de 2022, realizada em Chennai, na Índia, o Brasil voltou a se destacar, terminando em 21º lugar na seção absoluta. A equipe feminina também apresentou melhoria, terminando em 39º lugar.