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Kasparov Fala Sobre Deep Blue E O Futuro Da I.A.

Kasparov Fala Sobre Deep Blue E O Futuro Da I.A.

PeterDoggers
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Garry Kasparov está atualmente em tour para promover o seu último livro, "Deep Thinking," no qual ele não só se debruça sobre o(s) famoso(s) confronto(s) com Deep Blue na década de 90, mas também discute longamente o papel de inteligência artificial na era moderna.

Kasparov com Stephen Fry no Festival Hay. | Imagem cortesia da BBC.

"De maneira rápida e brutal, o computador Deep Blue da I.B.M. destronou ontem a humanidade, pelo menos temporariamente, como a melhor entidade de xadrez no planeta, quando Garry Kasparov, o campeão do mundo de xadrez, abandonou a sexta e última partida do confronto depois de somente 19 lances, dizendo, 'Eu perdi o meu espírito de luta.'"

Foi assim que começou o relatório de Bruce Weber no New York Times sobre a famosa derrota de Kasparov contra o super computador Deep Blue da IBM, exatamente há 20 anos atrás, no dia 11 de Maio de 1997. Ainda que a humanidade conseguisse permanecer na frente mais algum tempo, este confronto é visto como o ponto de virada na história de quando o computador começou a se tornar forte demais para os seres humanos em relação ao xadrez. De fato, este acontecimento tornou-se numa metáfora para a ascensão da inteligência artificial (embora Kasparov ainda diga que Deep Blue estava longe de ser inteligente).

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Em "Deep Thinking" Kasparov examina o passado, partilha recordações e analisa o confronto em detalhes. Num artigo recente em Medium, o autor descreve o processo de escrever o livro.

"Escrever este livro tornou-se numa espécie de terapia. Foi um processo doloroso, mas eu aprendi bastante sobre mim mesmo e o meu oponente, e estou agora muito satisfeito por ter tido a oportunidade de transformar toda esta experiência numa história positiva que eu podia compartilhar com o mundo. Eu deixo claro em "Deep Thinking" que a minha derrota para Deep Blue foi também uma vitória para os seres humanos, os seus criadores e todos aqueles que beneficiam de grandes saltos tecnológicos. Ou seja, todos. Este é sempre o caso no plano geral das coisas, e a razão porque o livro rejeita a versão da competição entre 'humano vs máquina.' As máquinas trabalham para nós, afinal de contas. O último terço do livro é sobre o futuro magnifico que nos aguarda com máquinas inteligentes, se nós formos suficientemente ambiciosos para o abraçar. Espero que o meu otimismo seja contagiante."

Até agora "Deep Thinking" tem tido uma excelente resposta por parte dos meios de comunicação. Do Business Insider à Nature à Esquire ao Financial Times, muitos meios de comunicação têm feito críticas positivas ao livro. O artigo mais recente é sobre a entrevista na Scientific American com o perito de IA Murray Campbell que fez parte da equipa que programou Deep Blue em 1997.

Obviamente muito do foco dos meios de comunicação centram-se no autor, e Kasparov tem aparecido em dezenas de programas de rádio e televisão. Além disso, ele está em tour e compareceu em vários eventos onde falou sobre IA e das suas experiências. Seguem abaixo alguns exemplos.

Em 5 de Maio de 2017 Kasparov esteve no estúdio do Yahoo News para falar sobre o livro. (A entrevista começa com aquele outro tópico que o tem mantido ocupado hoje em dia: Vladimir Putin.)

No dia 11 de Maio ele fez parte de um programa por Tyler Cowen, um intelectual Americano que tenta "envolver os pensadores mais profundos da atualidade numa série de largas explorações do seu trabalho, do mundo, e tudo o mais." Anteriores convidados do programa foram e.g. Malcolm Gladwell, Stephen Pinker and Peter Thiel.

Cinco dias depois Kasparov esteve na CBC Radio para uma versão da história, e depois houve outro programa da NBC News, em que Kasparov foi entrevistado por Chuck Todd, o moderador do programa "Meet the Press." Ele conversou também com Jeremy Vine da BBC2—que não pode resistir ser esmagado no tabuleiro:

Também no dia 17 de Maio, Kasparov foi um dos convidados do TechCrunch Disrupt, uma conferência anual organizada por TechCrunch em que os novos 'startups' tecnológicos divulgam os seus produtos e serviços competindo no palco perante investidores potenciais, jornalistas e outros. 

Também uma TED Talk por Kasparov foi publicada. Esta tinha sido filmada um mês antes em Vancouver, no Canadá, e promove a mesma narrativa, mas de uma forma ainda mais compacta, e como um monólogo. É talvez a melhor opção se você tem pouco tempo e quer conhecer as opiniões atuais deste campeão.

No Facebook Kasparov adicionou um parágrafo porque estava com pouco tempo, segundo ele, e saltou uma seção da parte final da sua entrevista:

"Nós não podemos escolher quando e onde o progresso tecnológico para. As pessoas cujos empregos estão em risco de automação dependem também da próxima vaga tecnológica para criar empregos sustentáveis. Uma tecnologia mais inteligente é também mais fácil de usar—comparemos só o que uma criança pode hoje fazer com um iPad versus o treino necessário para criar qualquer coisa num PC somente 20 anos atrás. Máquinas que substituem trabalho físico e repetitivo permitiram-nos concentrar mais em desenvolver as nossas capacidades mentais. Máquinas inteligentes continuam esse processo, assumindo mais e mais as tarefas inferiores de cognição e elevando as nossas vidas para a curiosidade, criatividade, beleza, e alegria."

Para concluir esta (incompleta) visita geral às apresentações de Kasparov nos meios de comunicação, o seguinte não pode ficar de fora. São dois dos meus heróis ao mesmo tempo no mesmo palco! O grande Stephen Fry entrevistou Kasparov durante o Hay Festival em Hay-on-Wye, Powys, País de Gales, da semana passada. Bill Clinton descreveu uma vez este evento como "o Woodstock da mente."

Acontece que Fry sabe uma coisa ou outra sobre xadrez: No início da entrevista ele revela que frequentou cada partida do confrontoKasparov-Short de 1993, em Londres. A sua paixão pela linguagem certamente que brilha também através da entrevista.

(O vídeo não está embutido mas clicar na imagem em baixo te leva ao website da BBC para assistir à entrevista na íntegra).

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Peter Doggers

Peter Doggers joined a chess club a month before turning 15 and still plays for it. He used to be an active tournament player and holds two IM norms. Peter has a Master of Arts degree in Dutch Language & Literature. He briefly worked at New in Chess, then as a Dutch teacher and then in a project for improving safety and security in Amsterdam schools. Between 2007 and 2013 Peter was running ChessVibes, a major source for chess news and videos acquired by Chess.com in October 2013. As our Director News & Events, Peter writes many of our news reports. In the summer of 2022, The Guardian’s Leonard Barden described him as “widely regarded as the world’s best chess journalist.”

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