Blogs
Seis horas de Olimpíada de Xadrez: crônica da quinta rodada (Brasil)
Diego Flores. Foto: Maria Emelianova/PhotoChess

Seis horas de Olimpíada de Xadrez: crônica da quinta rodada (Brasil)

coleskovicz
| 0

Quando se pisa nas nuvens, podemos ter quedas abruptas.

Por um momento, pareceu que o Brasil ia vencer da Sérvia no absoluto. Diego e Quinti tinham posições superiores, Fier tinha conseguido estabilizar com dois peões a menos e Supi estava firme contra Predke. Estávamos escalando um Everest da mesma forma que se escala qualquer montanha: um passo de cada vez.

Quintiliano ganhou e abriu o placar. Como joga nosso GM. Parece estar à vontade em sua primeira Olimpíada. Psicológico de tungstênio. Na mesa 2, Fier acabou cometendo um erro que permitiu a vitória do nº 26 do mundo, Alexey Sarana. 1-1.

E aí foi coração. Numa partida que foi a um dígito no relógio, Diego lutou tudo o que podia e um pouco mais, mas Ivic agarrou com as duas mãos a única chance de empate que viu. Tudo igual.

E havia Supi e Predke.

Foi uma partida longa. Mais de 100 lances. 4, 5, 6 horas. Chegou a ficar próxima do empate pela regra de 50 lances. Houve revisões. Houve cansaço. Houve estafa. Mas Alexandr Predke (com o time Sérvio) é o atual campeão europeu -- torneio que não se ganha sem resiliência, sem achar brechas de agulha que atravessam camelos.

Precisou de mais de 6 horas, mas Predke venceu.

Brasil 1,5 x 2,5 Sérvia. Foi por pouco.

No feminino, o Brasil era fortemente desfavorecido. Terao foi derrotada pela ex-campeã mundial, Kosteniuk. Kathiê e Isabelle também acabaram com derrotas, e Julia conseguiu um bom empate, selando o match em 3,5-0,5.

Em ambas as categorias, por enquanto, o Brasil vem jogando bem: confirmando favoritismos e lutando muito contra times onde o rating de lá é maior. Precisamos de uma grande vitória. Uma "quebra de serviço", seria no tênis.

Acreditamos.

Na foto, Diego Flores da Argentina, que venceu um grande desafio contra Lenier Domingues Perez.

Foto: Maria Emelianova/PhotoChess

Professional writer. Awful chess player. Mix 'em both, and you get an awful chess writer. Or something like that.