Conheça os membros da JTXB: NM Lucas Piccoli
Olá pessoal! Continuando nossa série de artigos sobre os membros da JTXB, o nosso decimo entrevistado é Lucas Piccoli.
Lucas Fonseca Piccoli (SC) foi campeão brasileiro escolar (2016 e 2017). Tem o titulo de NM e rating FIDE de 2113.
1.Conte a sua história no xadrez. Como começou? Quem te ensinou a jogar?
Quando eu era criança, por volta dos meus 6 a 7 anos, comecei a praticar as extras-classes que o meu colégio (Colégio Evangélico Jaraguá) tinha disponível, meus pais resolveram me incentivar a praticar vários esportes, e ver qual me agradasse mais. Iniciei no futsal com os amigos, não era um jogador de destaque nisso e não era um esporte que havia despertado meu interesse, logo em seguida fui para a natação, em um clube que tinha na minha cidade, fiquei por volta de um ano e parei com essa atividade, depois fui ao handebol, tênis de mesa e o xadrez. Esses três esportes me chamaram bastante a atenção, mas o que mais me fascinava era a complexidade que tem o xadrez, aprendendo a jogar com o professor Mauricio Berti, durante as aulas sempre havia uma competição entre meus amigos, e o que eu tinha de destaque era no xadrez, mas não ia pior nos outros esportes. Continuei a pratica-los, indo em competições na minha cidade e pela minha escola, o que mais me dava resultado era o xadrez, pois eu participava da aula dos alunos do ensino médio, que eram mais difíceis e haviam exercícios para serem feitos, e de certa forma era o meio que eu mais gostava de estar inserido, tanto pela grande vontade que eu tinha de aprender e os excelentes resultados que tinha nos torneios internos do colégio, este dois fatores foram concomitantes para eu decidir continuar com o xadrez e largar os outros dois esportes em um futuro próximo.
2.Sua família te incentiva a jogar xadrez, participar das competições?
Da família, minha mãe é a minha grande apoiadora, desde pequeno buscava arrumar um tempo no trabalho para ir comigo nas competições, me colocou no clube de xadrez da cidade e financeiramente nunca poupou esforços para ajudar nos custos de competição, aulas de xadrez e materiais. Mesmo tendo que ficar esperando por um longo tempo o término das partidas, fazia amizades com as mães de outros atletas e ficava conversando com elas, isso era uma excelente forma de esperar passar o tempo.
3.Cite seus principais títulos.
Bicampeão Brasileiro Escolar (2016 e 2017), Campeão Estadual(2018), Campeão Floripa Winter Chess (2019) e do IRT U2050 São Bento do Sul (2018). Cada torneio teve uma emoção única pra mim, o meu primeiro campeonato brasileiro escolar em 2016 foi indescritível a sensação de ter conseguido arrancar o empate mais suado da minha vida até então e assim conseguir garantir o título. O outro torneio no ano seguinte foi muito especial também, pois a ideia de conseguir defender o seu título e se tornar bicampeão brasileiro foi a mesma de um lutador defendendo o seu cinturão. Os outros dois torneios eu não esperava por esse resultado, simplesmente estava tentando jogar o meu melhor xadrez possível, então foi uma das melhores surpresas que tive durante essa caminhada no xadrez até agora. Existe outras conquistas que foge um pouco da pergunta, mas vale a pena ser citada, enfrentar o terceiro melhor jogador sub 14 na terceira rodada do mundial em 2016 na Russia, estava liderando esses torneio com mais 7 jogadores, e por fim todas as participações em torneios internacionais (Panamericano 2015-Colombia e Sulamericano 2017-Paraguay) que fiz até hoje.
4.Que jogadores ou jogadoras você admira?
Tem várias partidas que são muito marcantes, mas tem uma que considero a melhor que joguei até o momento, pelo fator estético de ter dado mate no rei do meu adversário em a1 no JASC em 2019, numa partida de ritmo rápido, o que engrandece mais ainda, pela precisão que tive com menos tempo e a visualização dessa idéia quando joguei o lance 15.Cc5.
6.Quais são os seus objetivos como jogador(a)?
Meu objetivo atual é virar MF, mas daqui uns 8 anos pretendo virar GM. E se eu conseguir chegar lá, farei o possível para chegar ainda mais longe, quebrar a barreira dos 2600, mas no geral se eu conseguir o Título de GM, já estarei extremamente realizado com o xadrez e o principal que é deixar perpetuado meu nome na história do xadrez brasileiro.
7.Qual(s) livro(s) te ajudaram a evoluir?
Combinative Motifs – M.Blokh , Supertorneo de San Sebastian 1912 do Alfonso Romero, Dinamic Pawn Play in Chess - Drazen Marovic, Estratégia GM Darcy Lima e Julio Lapertosa, 100 Finales que hay que saber – Jesus de La Villa, Meus Grandes Predecessores . Eu já li uma imensidão de livros, mas separei aqui uma lista interessante para o público em geral.
8.Uma mensagem final e/ou agradecimentos.
Eu quero agradecer primeiramente a minha Mãe Maria de Nazaré Piccoli, por todo o apoio de sempre, os puxões de orelha necessários, a paciência para esperar as minhas partidas acabarem, por sempre acreditar no meu potencial, pelo investimento no xadrez e por outras centenas de coisas. Agradecer o meu treinador pelos ensinamentos desde 2015-2019, Vitor Carneiro, por todos os ensinamentos e torneios que participamos. Ao Colégio Evangélico Jaraguá pelo apoio e incentivo. A Secretaria Municipal de Esporte e Lazer de Jaraguá do Sul pelo bolsa atleta. Ao meus treinadores atuais, MF Renan Levy da Costa e ao GM Luis Paulo Supi pela inspiração que me passam nos seus treinos.
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