Aprenda a Abertura do Bispo!
Seguimos adiante com os artigos de abertura aqui no chess.com!
Hoje farei a primeira sugestão do lado das brancas: 1.e4 e5 2.Bc4, a abertura do bispo, que comecei a jogar aos 11 anos (em 1998!) e se tornou uma das minhas aberturas de estimação. Até 2004, eu praticamente só usei essa opção contra a defesa do peão rei das pretas. A ideia que quero passar é que não é necessário estudar muitas aberturas a fundo, mas sim escolher algo que você se sinta confortável e focar em progredir nas outras áreas do jogo. Aos poucos fui aperfeiçoando essa abertura e no fim não sei porque parei, haha!
Bom, vamos ao vídeo com as ideias gerais:
Como da última vez, separei algumas partidas referência para exemplificar as ideias que eu menciono no vídeo. Separei apenas partidas minhas entre 1998 e 2004 justamente para ver como jogadores de níveis variados costumam enfrentar essa abertura, e não apenas os grandes mestres.
KSM (2244) x Luiz Roberto de Paula, 2004
- As pretas podem utilizar a ideia de atacar o bispo das brancas com o lance ...Ca5, mas não tão cedo como na partida... o forte sacrifício em f7 decide a partida!
- Essa partida mostra um dos perigos das brancas, a diagonal a7-g1. As pretas buscaram jogar rapidamente ...Cg4 para entrar no ponto fraco em f2. Mas a resposta imediata 6.f5! é muito forte, criando um potencial para as brancas na ala do rei. Em caso de 6...Cf2, as brancas estão melhores com 7.Dh5! g6 8.Dh6! O resto da partida foi cheio de emoções como sempre!
- Aqui temos o exemplo da variante com o 4.Dg4 rápido! A partida segue normal, mas as pretas estão um pouco enfraquecidas sempre depois de ...g6. Eu deveria ter jogado 6.Cge2 para evitar o ...Cd4 das pretas, depois do qual meu adversário conseguiu boa posição.
KSM (2247) x André Luiz Brocco, 2002
- Essa é a variante mais comum que enfrentei, pelo menos naquela época. As pretas jogam como se estivessem enfrentando uma abertura italiana. As brancas buscam o plano de Ca4!? para conseguir capturar o bispo de c5 e depois rocar. Logo em seguida, joguei mal e permiti 11...Ca5! capturando o meu bispo de c4. Era muito importante evitar essa ideia com 11.a3! antes.
- Essa é outra formação típica, parecido com a partida passada, mas com o bispo em e7 ao invés de c5. Dessa maneira, consigo rocar sem problemas e chegamos na posição que menciono no começo do vídeo - o gambito do rei recusado, versão muito boa para as brancas. E de brinde, com o par de bispos depois de 9.Dxf3!
- Aqui as pretas jogam ...Bb4 rápido, fazendo com que as brancas joguem Cge2 para ficar de olho na cravada. Depois de 5...d5, as brancas capturam o peão e de novo mudam de plano, surge a ideia de jogar capturar o cavalo de d5 com o bispo e depois buscar f4! e f5! criando uma casa forte para o cavalo em e4.
KSM (2190) x MF Carlos Sega (2319), 2002
- Com 3...d5 rápido, as pretas evitam os planos típicos da variante, mas por outro lado deixam o peão de e5 muito vulnerável. Parece que é fácil defendê-lo, mas não é! As brancas seguirão com 5.Cf3! jogando como se fosse uma abertura italiana, seguindo rápido com Te1 e fazendo as pretas pensarem em como lidar com esse problema.
- Essa é a linha mais chata atualmente, as pretas jogam 3...c6! para montar um centro forte com ...d5. As análises estão dentro da partida, com referências recentes também. Era necessário jogar 6...Bb4+!, um lance que já não é fácil de fazer sem conhecer a posição. Como seguiu, as brancas conseguem uma posição um pouco melhor rápido.